sexta-feira, maio 09, 2014

                                            Óbito Republicano (Parte I).

Cansado de ouvir reclamações sobre a situação do país, resolvi, então, parar e analisar algumas das principais queixas dos cidadãos brasileiros, costumeiramente manifestadas nas mídias e, recentemente, em protestos de grandes proporções. Reflexo da atual conjuntura política e econômica do Brasil, tal descontentamento é carregado de um tom pessimista e nada confortador. As pessoas, simplesmente, não acreditam mais na possibilidade de mudança em áreas de inigualável importância como é a área política/econômica e social, por exemplo.
Isto se deve ao fato de que elas não veem nada sendo realizado ao longo dos governos presidencialistas. Pois, o que é feito neste país, corresponde a medidas paliativas que em nada atendem a legítima necessidade popular.  Atualmente, caminhamos para mais um pleito e nele se apresentam àqueles em busca do tão sonhado cargo presidencial. Contudo, o quadro fica ainda mais pessimista se analisarmos os candidatos que ai estão.
 Candidatos despreparados (movidos em sua maioria pelo ego e o status quo), alianças entre partidos e pessoas (reconhecidamente divergentes), outros, alienados e envaidecidos por se considerarem herdeiros de um passado alheio (cito os fanáticos idolatras da utópica ideologia de Marx que convenhamos em nada difere do nazi-fascismo já que seus exemplos de terror se alastram mundo a fora, basta vermos a conturbada vida da Coreia do Norte e da Venezuela, por exemplo). Ideias e ações marxistas nunca foram sinônimos de boa política ou gestão, a história da humanidade nos comprova isso. Portanto, não podem ofertar mudanças senão àquelas já conhecidas (Totalitarismo / Intolerância) e das quais nenhuma população do planeta deseja vivenciar. De acordo com essa composição fica claro que seguem abertos os portões do inferno sobre o gigante adormecido em berço esplendido.
Pois bem, esses candidatos se dizem “diferentes” e prontos a resolver os problemas de mais de um século de República em apenas quatro anos! Desculpem, são mágicos e não presidenciáveis. Infelizmente, a realidade nos mostra que são incapazes de ofertar algo novo ou de propor continuidade aos bons projetos que, comumente, são “emperrados” em detrimento daqueles que oferecem enriquecimento pessoal, rápido e ilícito. Conclusão: pouco importa se elegermos o candidato do Partido Político “X” ou “Y”, nada será alterado a nosso favor, pois o que prevalecerá serão as ideias partidárias. Sendo assim, não se iludam, continuaremos a ser um país governado de acordo com interesses pessoais e/ou de grupos empresariais dispostos a financiar lobbies e campanhas políticas em troca de benefícios futuros, o famoso “toma lá dá cá”.
Ao que parece, também, seguiremos reclamando dos políticos e de suas “maracutaias” avalizadas por meio desses onerosos e intermináveis processos eleitorais. Nada mais nos resta senão vivermos constantemente em meio a uma eleição qualquer, comícios e propagandas eleitorais sem esclarecimentos e sem uma proposta coerente de plataforma de governo. Democracia (“Poder do Povo”) deveria ser usada em sua essência; homens livres votando em homens livres. Isso significa dizer, respectivamente: sem coerção ao voto e sem legendas políticas ou falsas ideologias que apenas servem para tumultuar e transformar o país em um verdadeiro ringue eleitoral; local onde não existem escrúpulos para alcançar o objetivo e de onde, apenas, o povo sai prejudicado.   
Meus caros!  Não haverá mudança se não acordarmos desse pesadelo. Não haverá mudanças se não percebermos a balburdia em que estamos inseridos desde que foi instaurada essa FATÍDICA REPÚBLICA em 1889. Desdobramos-nos em governos formados por grupos oligárquicos (cujo interesse pessoal sempre se sobrepôs aos interesses públicos) e ditadores (civis e militares) que em uma tentativa vã de embalar a República, por eles parida, ainda discursam sobre os parcos feitos de um passado que não apresenta glórias e sim GOLPES e INJUSTIÇAS que se sucederam ao longo do último século e que não causaram outra coisa senão prejuízos de todas as ordens; verdadeiras chagas que ainda fazem sangrar gerações de brasileiros.
Estamos feridos em nossa dignidade, atordoados pela alienação política que nos foi imposta pelos governos e ideais republicanos. Vivemos, desde então, nesse mundo conturbado de onde fomos doutrinados a ver, passivamente, os erros se sucederem sem que nos manifestássemos de forma contumaz. Está na hora de pensarmos seriamente sobre o fim da República Federativa do Brasil e de propormos uma virada histórica na vida desse país, uma vez que, a existência dessas desordens deve-se ao fato de não possuirmos o sangue republicano correndo em nossas veias. Nem mesmo nossos políticos o possuem!
Somos uma sociedade MONARQUISTA na ESSÊNCIA. Isso significa dizer que na origem de tudo e de toda nossa história figura a ilustre presença de nosso passado monárquico e de sua continuidade perpetrada também na continuidade de suas instituições estáveis e, acima de tudo, confiáveis. Hoje, não existe nem continuidade e muito menos projetos para o futuro. Sem projeções para os próximos 10, 20, 50 anos não há como entendermos qual é, de fato, nosso papel no mundo, nem ao menos, se queremos fazer parte de um mundo civilizado com garantias governamentais sobre sua política - interna e/ou externa - da qual resultaria a tão sonhada melhora na qualidade de vida do nosso povo. Essas características são indispensáveis para a boa gestão de uma nação. Saber o se posicionar de forma estratégica em meio às mudanças que ocorrem é essencial para que o país tenha uma identidade. Vejamos como exemplos as monarquias, seculares, que ainda vigoram com inabalável credibilidade ao redor do mundo.
Ao lembrar que temos sangue MONÁRQUICO, logo percebi, também, que isso está permeado em todas as instancias de nossas vidas, seja no meio familiar ou no profissional. Infelizmente, não nos damos conta, mas inconscientemente reproduzimos palavras e ações que nos remetem ao nosso glorioso passado Imperial. É fácil distinguirmos isso se estivermos abertos para esse entendimento, pois os exemplos são os mais variados... Imaginem se um empresário seguiria o atual padrão eleitoral para eleger – de quatro em quatro anos – um desconhecido, um aventureiro, como novo mandatário da indústria ou comercio do qual é dono (a), naturalmente que não faria isso. Pois, a classe empresarial também reproduz o estilo monarca de governo e sucessão. É mais provável que seus filhos ou familiares assumam e prolonguem seu patrimônio, tal qual em um reinado.
 Percebam, ainda, que nosso presidente (a) ou governador (a) tem como residência oficial um Palácio. Palácio do Planalto (Federal) e Palácio Piratini (RS), respectivamente. Em contrapartida, nos consideramos reis e rainhas dentro de nosso lar, isso tudo, sem mencionar nossos verdadeiros heróis que remontam à época do Império. E, por falar nisso, tenho que citar nosso último grande governante – reconhecido internacionalmente por sua capacidade e preparo intelectual – Dom Pedro II. São essas as referências que nos fazem olhar para outros países – ditos de primeiro mundo - com suas famílias reais - com profundo respeito e com a nostalgia de quem um dia pertenceu a esse seleto grupo. Hoje assistimos o sucateamento e a desmoralização de nossas instituições, uma desvirtuação de todos os princípios outrora construídos em torno da ética e do respeito à nação brasileira e de seus habitantes. Vejamos, como exemplo, a indecisão constitucional, decorrente da republica, um verdadeiro caos.
Se durante o Império (67 anos) tínhamos uma constituição que salientava a liberdade da nação, pois esta era vista como o berço de todas as projeções sociais e também um repositório essencial dos valores e pretensões de todos os brasileiros, durante a República (125 anos) não conseguimos se quer manter a primeira e atualmente estamos na sexta constituição (a última de 1988). É verdade que a atual é tida como a melhor de todos os governos republicanos, no que se refere aos direitos individuais, mas também é fato que foi feita em meio aos clamores latentes de um povo que acabara de sair de mais uma crise ditatorial imposta pelo próprio Sistema republicano; portanto permeada de falhas e exageros que, hoje, geram dúvidas e deliberações equivocadas, por parte de nosso judiciário, penalizando a sociedade de bem que pouco ou nada conhecem de seus direitos, pois a república nos delega uma educação de péssima qualidade, compreensível, pois não é de seu interesse ter um povo instruído já que ela se sustenta pelos votos de milhões de analfabetos funcionais.
Sendo assim, é sem pesar algum que venho a todos anunciar a morte da, outrora, promissora, República. Instaurada pelo maior de todos os golpes Militares tal sistema agonizou desde o parto por mais de 120 anos e ao que se sabe não deixará saudades nos corações brasileiros. Está na hora de protestarmos por algo que realmente vale a pena. É chegada a hora de reivindicarmos uma mudança radical no sistema de governo, pois o atual não atendeu e nem atenderá as necessidades de um povo que sonha em ser grande. Entenda-se aqui que o “ser grande” não é apenas ser reconhecido internacionalmente pelo futebol, violência, corrupção ou pela putaria a que esse pais foi entregue pelas mãos republicanas.
Devemos e queremos ser reconhecidos pela capacidade de atender a população em seus anseios básicos, como o direito a moradia digna, saneamento, assistência médica, educação de qualidade, segurança, igualdade de direitos, entre tantos outros de igual importância... E àqueles que acham que estou sendo saudosista e/ou conspirando contra essa República de “Faz de Conta”, então, antes de criticarem, peço encarecidamente, que abram um bom livro de história (Jamais os do MEC), leiam e comparem os dois sistemas de governo. Feito isso, verão que a descontinuidade de ideias e projetos é o que uma República tem a nos oferecer. Verão, ainda, que perdemos tempo, dinheiro e, principalmente, vidas em prol de um projeto enganoso do qual nada obtivemos em troca senão a alienação, pobreza e a certeza de caminharmos para o abismo...


Paulo E. Ramos.