Óbito Republicano (Parte I).
Cansado de ouvir reclamações sobre a
situação do país, resolvi, então, parar e analisar algumas das principais queixas
dos cidadãos brasileiros, costumeiramente manifestadas nas mídias e, recentemente,
em protestos de grandes proporções. Reflexo da atual conjuntura política e
econômica do Brasil, tal descontentamento é carregado de um tom pessimista e
nada confortador. As pessoas, simplesmente, não acreditam mais na possibilidade
de mudança em áreas de inigualável importância como é a área política/econômica e social,
por exemplo.
Isto se deve ao fato de que elas não veem
nada sendo realizado ao longo dos governos presidencialistas. Pois, o que é
feito neste país, corresponde a medidas paliativas que em nada atendem a legítima
necessidade popular. Atualmente, caminhamos
para mais um pleito e nele se apresentam àqueles em busca do tão sonhado cargo
presidencial. Contudo, o quadro fica ainda mais pessimista se analisarmos os
candidatos que ai estão.
Candidatos despreparados (movidos em sua
maioria pelo ego e o status quo),
alianças entre partidos e pessoas (reconhecidamente divergentes), outros,
alienados e envaidecidos por se considerarem herdeiros de um passado alheio (cito
os fanáticos idolatras da utópica ideologia de Marx que convenhamos em nada difere
do nazi-fascismo já que seus exemplos de terror se alastram mundo a fora, basta
vermos a conturbada vida da Coreia do Norte e da Venezuela, por exemplo).
Ideias e ações marxistas nunca foram sinônimos de boa política ou gestão, a
história da humanidade nos comprova isso. Portanto, não podem ofertar mudanças
senão àquelas já conhecidas (Totalitarismo / Intolerância) e das quais nenhuma
população do planeta deseja vivenciar. De acordo com essa composição fica claro
que seguem abertos os portões do inferno sobre o gigante adormecido em berço
esplendido.
Pois bem, esses candidatos se dizem “diferentes”
e prontos a resolver os problemas de mais de um século de República em apenas
quatro anos! Desculpem, são mágicos e não presidenciáveis.
Infelizmente, a realidade nos mostra que são incapazes de ofertar algo novo ou
de propor continuidade aos bons projetos que, comumente, são “emperrados” em
detrimento daqueles que oferecem enriquecimento pessoal, rápido e ilícito. Conclusão:
pouco importa se elegermos o candidato do Partido Político “X” ou “Y”, nada será
alterado a nosso favor, pois o que prevalecerá serão as ideias partidárias. Sendo
assim, não se iludam, continuaremos a ser um país governado de acordo com interesses
pessoais e/ou de grupos empresariais dispostos a financiar lobbies e campanhas políticas
em troca de benefícios futuros, o famoso “toma lá dá cá”.
Ao que parece, também, seguiremos
reclamando dos políticos e de suas “maracutaias” avalizadas por meio desses onerosos
e intermináveis processos eleitorais. Nada mais nos resta senão vivermos constantemente
em meio a uma eleição qualquer, comícios e propagandas eleitorais sem
esclarecimentos e sem uma proposta coerente de plataforma de governo.
Democracia (“Poder do Povo”) deveria ser usada em sua essência; homens livres
votando em homens livres. Isso significa dizer, respectivamente: sem coerção ao
voto e sem legendas políticas ou falsas ideologias que apenas servem para
tumultuar e transformar o país em um verdadeiro ringue eleitoral; local onde
não existem escrúpulos para alcançar o objetivo e de onde, apenas, o povo sai
prejudicado.
Meus caros! Não haverá mudança se não acordarmos desse
pesadelo. Não haverá mudanças se não percebermos a balburdia em que estamos
inseridos desde que foi instaurada essa FATÍDICA REPÚBLICA em 1889. Desdobramos-nos
em governos formados por grupos oligárquicos (cujo interesse pessoal sempre se
sobrepôs aos interesses públicos) e ditadores (civis e militares) que em uma
tentativa vã de embalar a República, por eles parida, ainda discursam sobre os parcos
feitos de um passado que não apresenta glórias e sim GOLPES e INJUSTIÇAS que se
sucederam ao longo do último século e que não causaram outra coisa senão
prejuízos de todas as ordens; verdadeiras chagas que ainda fazem sangrar gerações
de brasileiros.
Estamos feridos em nossa dignidade, atordoados
pela alienação política que nos foi imposta pelos governos e ideais republicanos.
Vivemos, desde então, nesse mundo conturbado de onde fomos doutrinados a ver,
passivamente, os erros se sucederem sem que nos manifestássemos de forma
contumaz. Está na hora de pensarmos seriamente sobre o fim da República
Federativa do Brasil e de propormos uma virada histórica na vida desse país,
uma vez que, a existência dessas desordens deve-se ao fato de não possuirmos o
sangue republicano correndo em nossas veias. Nem mesmo nossos políticos o
possuem!
Somos uma sociedade MONARQUISTA na ESSÊNCIA.
Isso significa dizer que na origem de tudo e de toda nossa história figura a ilustre
presença de nosso passado monárquico e de sua continuidade perpetrada também na
continuidade de suas instituições estáveis e, acima de tudo, confiáveis. Hoje,
não existe nem continuidade e muito menos projetos para o futuro. Sem projeções
para os próximos 10, 20, 50 anos não há como entendermos qual é, de fato, nosso
papel no mundo, nem ao menos, se queremos fazer parte de um mundo civilizado
com garantias governamentais sobre sua política - interna e/ou externa - da
qual resultaria a tão sonhada melhora na qualidade de vida do nosso povo. Essas
características são indispensáveis para a boa gestão de uma nação. Saber o se
posicionar de forma estratégica em meio às mudanças que ocorrem é essencial
para que o país tenha uma identidade. Vejamos como exemplos as monarquias,
seculares, que ainda vigoram com inabalável credibilidade ao redor do mundo.
Ao lembrar que temos sangue MONÁRQUICO, logo percebi, também, que isso está permeado em todas as instancias de nossas vidas, seja no meio familiar ou no profissional. Infelizmente, não nos
damos conta, mas inconscientemente reproduzimos palavras e ações que nos remetem
ao nosso glorioso passado Imperial. É fácil distinguirmos isso se estivermos
abertos para esse entendimento, pois os exemplos são os mais variados... Imaginem
se um empresário seguiria o atual padrão eleitoral para eleger – de quatro em
quatro anos – um desconhecido, um aventureiro, como novo mandatário da
indústria ou comercio do qual é dono (a), naturalmente que não faria isso. Pois,
a classe empresarial também reproduz o estilo monarca de governo e sucessão. É
mais provável que seus filhos ou familiares assumam e prolonguem seu
patrimônio, tal qual em um reinado.
Percebam, ainda, que nosso presidente (a) ou
governador (a) tem como residência oficial um Palácio. Palácio do Planalto
(Federal) e Palácio Piratini (RS), respectivamente. Em contrapartida, nos
consideramos reis e rainhas dentro de nosso lar, isso tudo, sem mencionar nossos
verdadeiros heróis que remontam à época do Império. E, por falar nisso, tenho
que citar nosso último grande governante – reconhecido internacionalmente por
sua capacidade e preparo intelectual – Dom Pedro II. São essas as referências que
nos fazem olhar para outros países – ditos de primeiro mundo - com suas famílias
reais - com profundo respeito e com a nostalgia de quem um dia pertenceu a esse
seleto grupo. Hoje assistimos o sucateamento e a desmoralização de nossas
instituições, uma desvirtuação de todos os princípios outrora construídos em
torno da ética e do respeito à nação brasileira e de seus habitantes. Vejamos,
como exemplo, a indecisão constitucional, decorrente da republica, um
verdadeiro caos.
Se durante o Império (67 anos) tínhamos
uma constituição que salientava a liberdade da nação, pois esta era vista como
o berço de todas as projeções sociais e também um repositório essencial dos
valores e pretensões de todos os brasileiros, durante a República (125 anos) não
conseguimos se quer manter a primeira e atualmente estamos na sexta constituição (a última de 1988).
É verdade que a atual é tida como a melhor de todos os governos republicanos, no
que se refere aos direitos individuais, mas também é fato que foi feita em meio
aos clamores latentes de um povo que acabara de sair de mais uma crise
ditatorial imposta pelo próprio Sistema republicano; portanto permeada de falhas
e exageros que, hoje, geram dúvidas e deliberações equivocadas, por parte de
nosso judiciário, penalizando a sociedade de bem que pouco ou nada conhecem de
seus direitos, pois a república nos delega uma educação de péssima qualidade,
compreensível, pois não é de seu interesse ter um povo instruído já que ela se
sustenta pelos votos de milhões de analfabetos funcionais.
Sendo assim, é sem pesar algum que
venho a todos anunciar a morte da, outrora, promissora, República. Instaurada
pelo maior de todos os golpes Militares tal sistema agonizou desde o parto por
mais de 120 anos e ao que se sabe não deixará saudades nos corações
brasileiros. Está na hora de protestarmos por algo que realmente vale a pena. É
chegada a hora de reivindicarmos uma mudança radical no sistema de governo,
pois o atual não atendeu e nem atenderá as necessidades de um povo que sonha em
ser grande. Entenda-se aqui que o “ser grande” não é apenas ser reconhecido internacionalmente
pelo futebol, violência, corrupção ou pela putaria a que esse pais foi entregue
pelas mãos republicanas.
Devemos e queremos ser reconhecidos pela
capacidade de atender a população em seus anseios básicos, como o direito a
moradia digna, saneamento, assistência médica, educação de qualidade, segurança,
igualdade de direitos, entre tantos outros de igual importância... E àqueles
que acham que estou sendo saudosista e/ou conspirando contra essa República de
“Faz de Conta”, então, antes de criticarem, peço encarecidamente, que abram um
bom livro de história (Jamais os do MEC), leiam e comparem os dois sistemas de
governo. Feito isso, verão que a descontinuidade de ideias e projetos é o que
uma República tem a nos oferecer. Verão, ainda, que perdemos tempo, dinheiro e,
principalmente, vidas em prol de um projeto enganoso do qual nada obtivemos em
troca senão a alienação, pobreza e a certeza de caminharmos para o abismo...
Paulo E. Ramos.
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