sábado, dezembro 22, 2012

Leandro Karnal. Conversas com um Jovem Professor.

Ao terminar a leitura do livro, de Leandro Karnal, confesso que fiquei em dúvida quanto à forma de ser feita esse fichamento. Isto porque, diferente dos outros textos e de outros fichamentos, sobre o assunto, este não pareceu ser mais um grande livro com receitas milagrosas para um “bolo perfeito”.  Encontrei sugestões muito claras. A simplicidade e a objetividade surpreenderam-me. Conversas com um jovem professor, trata-se de um diário aberto a todos os professores em início de carreira, no entanto, acredito que sirva, também, para os mais experientes como forma de reflexão ao trabalho realizado e/ou  que vem sendo feito. Ao ler o livro, certamente, a pessoa irá se surpreender com algumas atitudes e experiências vividas pelo autor no decorrer dos seus trinta anos de magistério. Em seu livro procura falar de forma coloquial, de igual para igual, de modo direto e claro, com todos seus colegas de profissão, apresentando os erros e acertos cometidos em sala de aula e no convívio com os demais professores. A narrativa começa com uma breve descrição dos motivos que o levaram (juntamente com sua irmã, Rose Karnal) a escrever tal livro. Segue, posteriormente, enumerando fatos e exemplos das mais variadas situações encontradas em sala de aula. Para tanto, logo de início analisa, através de um ponto de vista prático, o que seria uma “boa aula” e conclui dizendo que para tal é necessário que haja o cruzamento de quatro linhas de força, ou seja: você, o conteúdo, as condições internas e externas, bem como, o próprio aluno. Entre outras coisas, avalia também o tom de voz empregado. Pois, segundo o autor, “ouvir alguém induz ao sono. E se esta voz for contínua e no mesmo tom o tempo todo, funciona como uma hipnose”. Nesse caso, o ideal seria sempre falar “mais alto” e “mais baixo”, de acordo com o que se quer transmitir. Adverte, nesse caso, para que a linguagem corporal do professor também seja apropriada e não transmita a idéia ou o ritmo de um cortejo fúnebre. Pois, de nada adianta saber falar e gesticular se a aula não for bem planejada. Para isso, Karnal reservou algumas linhas onde cita exemplos de como preparar uma aula sem que seja uma tarefa cansativa ou improdutiva para o professor. Suas citações são exemplos empregados ao longo do tempo, outras, nos convida a refletirmos sobre o seu uso, principalmente, ao lidarmos com as diferentes situações que se apresentam, como por exemplo: a preparação da prova, o dia da prova, a aplicação e a correção desta, bem como, a sua entrega. Além disso, nos alerta para os cuidados a serem tomados em dia de conselho de classe ou na simples escolha da tecnologia a ser usada em aula. Dessa forma, segue roteirizando suas experiências com a finalidade única de apresentar aos novatos a rotina encontrada em uma escola, bem como, as questões que envolvem o convívio com seus superiores, pais e colegas de trabalho. Ao descrever cada uma das situações, Leandro Karnal, também nos alerta sobre a necessidade de agirmos cuidadosamente com as palavras durante esses encontros, pois cada parte possui um ponto de vista a ser levado em consideração e você pode não estar incluso nele. 

Bibliografia: Karnal, Leandro. Conversas com um Jovem Professor / Leandro Karnal (com a colaboração de Rose Karnal). São Paulo; Contexto, 2012.

Paulo E. Ramos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário