Pode-se dizer que o domínio norte-americano sobre os países da América Latina tenha se dado no momento em que os Estado Unidos planejaram construir um mundo supostamente democrático e antitotalitário, institucionalizando seu poder sobre essa região ainda no inicio do século 20.
Durante esse período os norte-americanos determinaram que toda a ajuda econômica e militar se justificaria diante, somente, a ameaça do comunismo internacional. No entanto, para reforçar essa hipótese surge em 1948 a Organização dos Estados Americanos (OEA), responsável por legitimar, de uma vez por todas, a dependência latina frente aos interesses estadunidenses.
Tal manobra política encontrou respaldo em alguns chefes de Estado latinos que souberam utilizar, em proveito próprio, os acordos e convênios bilaterais com a nova potência mundial. Diante da nova ordem estabelecida, algumas medidas foram tomadas para assegurar o curso pré-estabelecido. Medidas intervencionistas (militar e econômica) acentuaram-se e passaram a fazer parte de uma poderosa maquina de repressão cível.
Vale lembrar que toda e qualquer ajuda econômica e/ou militar era sancionada mediante acordo em que os exércitos locais deveriam participar elaborando planos de defesa contra a “ameaça vermelha”.
No entanto, a dominação que se estendeu a passos largos sobre os países latinos também encontrou neles resistência em alguns campos da política e da classe trabalhadora. Cuba se destacou nesse sentido. Sua maneira de agir diante da situação foi reinventada, pois a luta que travava, para fazer frente à influência vinda da Casa Branca, já não funcionava mais. Isso se deveu ao fato de que os partidos comunistas do mundo também estavam revendo sua forma de atuação e muitos haviam, de uma certa forma, renunciado aos grandes movimentos de massa.
Estavam voltados às distintas políticas de enfrentamento e de alianças que vinham sendo encenadas ao longo daquele período para que, com isso, fosse possível atender as reivindicações das diversas lutas de classes que se seguiam em âmbito mundial.
Esta atitude dos partidos comunistas, em âmbito universal, encontrava respaldo nas diferenças sociais, econômicas e políticas de cada país latino.
Dessa forma, concluo que a nova forma de agir precisava, antes, adequar-se a essas variações, chamadas de políticas de enfrentamento. Ações que atendiam as especificidades de cada Estado e/ou Governo. As diferentes variações da luta de classe de um país obedeciam em grande parte à força dos movimentos nacionalistas e populares e a sua capacidade de impor-se frente aos ditadores, as oligárquias, e ao próprio imperialismo que atacava em várias frentes
Para o poder imperialista, o avanço da ideologia comunista, em sua zona de abrangência, era encarado como algo subversivo. Sendo assim, não tardou para que estes fossem considerados inimigos da “democracia” e para que medidas, também, fossem tomadas contra o nacionalismo existente, que era encarado como fascista ou cripto-comunista. Em suma, o imperialismo foi responsável pela heterogeneidade da classe operaria latina-americana, bem
como da desigualdade social, da distribuição de renda e das mazelas provocadas pelo sucateamento das estruturas públicas.
Ramos, Edu. Texto de
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