De todos os talentos com que os indivíduos possam ser dotados, nenhum surge mais cedo do que o talento musical. Embora a especulação em torno desta questão tenha sido abundante, permanece incerto exatamente porque o talento musical surge tão cedo e qual poderia ser a natureza deste dom. A inteligência musical pode manifestar-se em um indivíduo mesmo antes dele ter recebido qualquer treinamento musical; a evidência mais forte seria: através da reação a determinado tipo de som, o indivíduo pode ter progresso em algum instrumento, isto sugere que ele estava biologicamente preparado de alguma maneira, para esse empreendimento. Dessa forma a evidência das crianças-prodígio apóia nossa afirmação de que existe um vinculo biológico a uma determinada inteligência.
Embora a criança com retardo ou autismo possa apegar-se à música porque ela representa uma relativa ilha de preservação num mar de prejuízos, também há sinais mais positivos de isolamento, onde uma criança de outro modo normal simplesmente demonstra uma capacidade precoce na esfera musical. Os autistas conseguem tocar maravilhosamente bem um instrumento, mas não conseguem falar, isto enfatiza a independência da inteligência musical; mas aos elementos centrais da música nos cabe uma colocação: o papel da audição na definição da música, isto porque não cabe dúvida de que o sentido auditivo é essencial para toda a participação musical.
A música é uma sucessão de sons e combinações destes, organizada de tal maneira que produza uma impressão agradável aos ouvidos, e é compreensível o porque de analisá-la como uma inteligência. Ela tem o poder de influir nas partes ocultas de nossas almas e das nossas esferas sentimentais a música não pode expressar medo, (que é certamente uma emoção autêntica), ela também pode sim, ajudar a desempenhar um importante papel unificador nas sociedades (Paleolíticas) da Idade da Pedra. O canto dos pássaros proporciona um vínculo com outras espécies, evidências de várias culturas apóiam a noção de que a música é uma faculdade universal. Os estudos sobre o desenvolvimento dos bebês sugerem que existe uma capacidade computacional “pura” no inicio da infância, isto tudo porque as crianças passam por uma transição importante em suas vidas musicais; a partir dos 3 à 4 anos de idade, reproduzem melodias e canções espontâneas através do jogo sonoro exploratório (reprodução sonora).
A partir destas evidências, sugere-se que a capacidade musical seja aprovada em outros testes de inteligência. Como analisar isso de uma outra maneira? Certas partes do cérebro desempenham papéis importantes na percepção e produção da música, estas áreas estão caracteristicamente localizadas no hemisfério direito, embora a capacidade musical não esteja claramente localizada em uma área tão especifica como a linguagem. Embora, a suscetibilidade particular da capacidade musical ao dano cerebral dependa do grau de treinamento e de outras diferenças individuais; existe uma clara evidência de “amusia” ou perda da capacidade musical.
Tendo em vista tudo isto, as evidências que apóiam a interpretação da capacidade musical, como uma inteligência, chegam de várias fontes. Mesmo que a capacidade musical não seja tipicamente considerada uma capacidade intelectual, como a matemática, ela se qualifica a partir destes critérios. Por definição ela merece ser considerada, e sua inclusão está empiricamente justificada.
Ramos, Edu. Texto de
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