Acredita-se
que a América Latina, no fim do século XIX e início do XX, ainda não havia
encontrado o seu ponto de equilíbrio na esfera política, econômica e social.
Naturalmente, essas questões representavam em muito sua história recente de
momentos belicosos por parte de grupos que pretendiam manter-se no poder ou ter
acesso a ele. Nada diferente do que acontece em vários pontos do Globo, ainda
nos dias de hoje. Entretanto,
naquele momento, em especial, estes países ainda estavam impregnados de um
caudilhismo cada vez mais inoperante frente à grande dominação econômica
estrangeira; algo que lhes fazia concorrência sem a mínima chance de reação. Estes
caudilhos (ricos estancieiros que dominavam diversas regiões dentro dos países
latinos; em especial: Chile, Argentina e Uruguai), veem crescer uma nova ordem
na América liderada pelo liberalismo econômico que em muito iria lhes
prejudicar, uma vez que não estavam preparados para fazer frente às
necessidades estruturais necessárias ao desenvolvimento de suas nações. Com isso,
observamos o endividamento cada vez maior dessas frágeis economias e
consequentemente, a imposição do domínio estadunidense em todos os pontos do
continente americano. No entanto, é preciso que se diga também que tal
endividamento se dava em grande parte ante aos estabelecimentos bancários
britânicos, pois estes, além de “auxiliar” no processo de independência desses
povos também financiavam os recursos necessários para que se pudesse ter acesso
às fontes de riqueza desses países. Com isso,
temos além da exploração econômica, outros desdobramentos de igual importância e
que mais tarde iriam influenciar no desenvolvimento demográfico, social e
político dessas regiões. Como consequência demográfica, podemos citar: a
necessidade cada vez maior de mão-de-obra e também de um “branqueamento” da
população o que acarretou na imigração abundante de europeus que veem no
continente americano a possibilidade de fazer a vida. Naturalmente,
quando falamos em domínio estrangeiro, exploração de riquezas, temos que deixar
claro que em muitos países o incremento de recursos financeiros fez nascer e/ou
renascer inúmeras cidades que tiveram, através desse meio, a possibilidade de
impulsionar sua economia, seja através das frentes de trabalho que surgiam
(linhas férreas, cultivo pecuária...), ou seja, através das exportações que
realizavam. Contudo, é
exatamente nesse ponto que se observa uma das principais características do
período: a integração dos países na economia mundial se deu através da chamada
Divisão Internacional do Trabalho, ou seja: cada país se especializou em um
determinado produto. Obviamente, surgiram necessidades que mais tarde gerariam
conflitos devido a grande apropriação de terras e má distribuição das riquezas
ante a população. Um exemplo claro é a Revolução Mexicana onde grupos rivais
tomaram à força o poder tendo como suposta motivação as causas sociais – entre
as principais estava a distribuição de terras.
Paulo E. Ramos.
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