sábado, dezembro 22, 2012

A entrada da América Latina na Era Moderna (1870 – 1914).

Acredita-se que a América Latina, no fim do século XIX e início do XX, ainda não havia encontrado o seu ponto de equilíbrio na esfera política, econômica e social. Naturalmente, essas questões representavam em muito sua história recente de momentos belicosos por parte de grupos que pretendiam manter-se no poder ou ter acesso a ele. Nada diferente do que acontece em vários pontos do Globo, ainda nos dias de hoje. Entretanto, naquele momento, em especial, estes países ainda estavam impregnados de um caudilhismo cada vez mais inoperante frente à grande dominação econômica estrangeira; algo que lhes fazia concorrência sem a mínima chance de reação. Estes caudilhos (ricos estancieiros que dominavam diversas regiões dentro dos países latinos; em especial: Chile, Argentina e Uruguai), veem crescer uma nova ordem na América liderada pelo liberalismo econômico que em muito iria lhes prejudicar, uma vez que não estavam preparados para fazer frente às necessidades estruturais necessárias ao desenvolvimento de suas nações. Com isso, observamos o endividamento cada vez maior dessas frágeis economias e consequentemente, a imposição do domínio estadunidense em todos os pontos do continente americano. No entanto, é preciso que se diga também que tal endividamento se dava em grande parte ante aos estabelecimentos bancários britânicos, pois estes, além de “auxiliar” no processo de independência desses povos também financiavam os recursos necessários para que se pudesse ter acesso às fontes de riqueza desses países. Com isso, temos além da exploração econômica, outros desdobramentos de igual importância e que mais tarde iriam influenciar no desenvolvimento demográfico, social e político dessas regiões. Como consequência demográfica, podemos citar: a necessidade cada vez maior de mão-de-obra e também de um “branqueamento” da população o que acarretou na imigração abundante de europeus que veem no continente americano a possibilidade de fazer a vida. Naturalmente, quando falamos em domínio estrangeiro, exploração de riquezas, temos que deixar claro que em muitos países o incremento de recursos financeiros fez nascer e/ou renascer inúmeras cidades que tiveram, através desse meio, a possibilidade de impulsionar sua economia, seja através das frentes de trabalho que surgiam (linhas férreas, cultivo pecuária...), ou seja, através das exportações que realizavam. Contudo, é exatamente nesse ponto que se observa uma das principais características do período: a integração dos países na economia mundial se deu através da chamada Divisão Internacional do Trabalho, ou seja: cada país se especializou em um determinado produto. Obviamente, surgiram necessidades que mais tarde gerariam conflitos devido a grande apropriação de terras e má distribuição das riquezas ante a população. Um exemplo claro é a Revolução Mexicana onde grupos rivais tomaram à força o poder tendo como suposta motivação as causas sociais – entre as principais estava a distribuição de terras. 

Paulo E. Ramos.

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