A crise da
sucessão presidencial marcou o início da Revolução Mexicana. O ano era 1910 e o
seu atual presidente Porfírio Díaz, tentava a reeleição (pela sétima vez) de
sua carreira política que seria estendida, se eleito fosse, até o ano de 1916. Obviamente,
o embate não se dava unicamente em torno desse fato e sim trazia a tona velhas
disputas políticas entre as classes dominantes da sociedade mexicana. Seu
adversário político, Francisco Madero, fazia parte dessa classe dominante,
entretanto, fora muito prejudicado economicamente pela política
pró-estadunidense que Porfírio Díaz manteve durante boa parte de seu governo. A
competição com as empresas americanas não era benéfica para a indústria
mexicana que se viu prejudicada economicamente. Na cidade e
no campo, a revolução mexicana avançou em duas frentes desiguais. Enquanto que
no Norte os operários não se uniram aos camponeses; no Sul a ação militar era
composta basicamente de camponeses e mestiços expropriados de suas terras pelos
grandes latifundiários. Esta frente era liderada por Emilio Zapata e
concentrava suas forças no estado de Morelos. Zapata era orientado com base na
proposta de restituição das terras comunais dos Pueblos, perdidos durante o
plano de Ayala. O Norte, ao
contrário do Sul, não possuía um grupo uniforme. Suas forças eram compostas por
diferentes lideranças, sendo a mais conhecida a figura de Pancho Villa.
Contudo, representavam uma classe mais abastada em relação aos do Sul. Pois,
ali estavam, em grande parte, representantes brancos de uma elite
economicamente mais favorecida. Se como causa
principal da revolução apontamos o descontentamento agrário, por outro, não
podemos esquecer que ela também foi um produto econômico, pois os investimentos
estrangeiros, principalmente norte-americanos e britânicos, deram origem a uma
mudança econômica e social em parte do território mexicano, contribuindo assim,
para o aumento significativo na desigualdade regional. Durante a
revolução verificou-se uma fragmentação das elites mexicanas e uma mobilização
considerável das camadas populares o que levou a ter como objetivo maior, a
tomada do poder. O que vimos em seguida foi a constante disputa política e
militar entre aqueles líderes que outrora desejaram apenas tirar Porfírio Díaz
do poder. Nesse instante, observou-se a sucessão de interesses políticos e
econômicos pelo controle do país. Dessa forma,
em 1920 teve início a Revolução Constitucionalista Liberal, que sofreria uma
tentativa de golpe, pois alguns de seus lideres cogitavam retroceder a antiga
constituição de 1857. O ano de 1920 marcou o último levante vitorioso de uma
facção regional unida em torno de um grupo liderado por Obgregón, representando
assim o fim do período de conflito armado da Revolução.
Paulo E. Ramos.
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