sábado, dezembro 22, 2012

A Revolução Mexicana.

A crise da sucessão presidencial marcou o início da Revolução Mexicana. O ano era 1910 e o seu atual presidente Porfírio Díaz, tentava a reeleição (pela sétima vez) de sua carreira política que seria estendida, se eleito fosse, até o ano de 1916. Obviamente, o embate não se dava unicamente em torno desse fato e sim trazia a tona velhas disputas políticas entre as classes dominantes da sociedade mexicana. Seu adversário político, Francisco Madero, fazia parte dessa classe dominante, entretanto, fora muito prejudicado economicamente pela política pró-estadunidense que Porfírio Díaz manteve durante boa parte de seu governo. A competição com as empresas americanas não era benéfica para a indústria mexicana que se viu prejudicada economicamente. Na cidade e no campo, a revolução mexicana avançou em duas frentes desiguais. Enquanto que no Norte os operários não se uniram aos camponeses; no Sul a ação militar era composta basicamente de camponeses e mestiços expropriados de suas terras pelos grandes latifundiários. Esta frente era liderada por Emilio Zapata e concentrava suas forças no estado de Morelos. Zapata era orientado com base na proposta de restituição das terras comunais dos Pueblos, perdidos durante o plano de Ayala. O Norte, ao contrário do Sul, não possuía um grupo uniforme. Suas forças eram compostas por diferentes lideranças, sendo a mais conhecida a figura de Pancho Villa. Contudo, representavam uma classe mais abastada em relação aos do Sul. Pois, ali estavam, em grande parte, representantes brancos de uma elite economicamente mais favorecida. Se como causa principal da revolução apontamos o descontentamento agrário, por outro, não podemos esquecer que ela também foi um produto econômico, pois os investimentos estrangeiros, principalmente norte-americanos e britânicos, deram origem a uma mudança econômica e social em parte do território mexicano, contribuindo assim, para o aumento significativo na desigualdade regional. Durante a revolução verificou-se uma fragmentação das elites mexicanas e uma mobilização considerável das camadas populares o que levou a ter como objetivo maior, a tomada do poder. O que vimos em seguida foi a constante disputa política e militar entre aqueles líderes que outrora desejaram apenas tirar Porfírio Díaz do poder. Nesse instante, observou-se a sucessão de interesses políticos e econômicos pelo controle do país. Dessa forma, em 1920 teve início a Revolução Constitucionalista Liberal, que sofreria uma tentativa de golpe, pois alguns de seus lideres cogitavam retroceder a antiga constituição de 1857. O ano de 1920 marcou o último levante vitorioso de uma facção regional unida em torno de um grupo liderado por Obgregón, representando assim o fim do período de conflito armado da Revolução. 

Paulo E. Ramos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário