sábado, dezembro 22, 2012

A Revolução Nicaraguense.

De acordo com o texto de Matilde Zimmermann, a Revolução na Nicarágua foi a mais plena manifestação de um povo na tentativa de governar seu próprio país; haja vista a constante interferência norte-americana na administração do presidente Anastasio Somoza.
Somado a isso, temos o descontentamento geral da classe operaria, dos jovens, dos estudantes e de uma massa popular que se alinhavam para combater a ofensiva da Guarda Nacional que espalhava pânico e violência entre os manifestantes
 Em contra partida, tal violência não foi capaz de diminuir ou aterrorizar aqueles que a enfrentavam.  Pelo contrário, o número de manifestante aumentava consideravelmente. Muitos, mesmo não sendo filiados a nenhuma facção, diziam apoiar a FSLN na luta contra os pró-somozistas. Com isso, observou-se um crescimento considerável da FSLN, no entanto, as divisões internas também começaram a florescer.
Conflitos de idéias e/ou pensamentos sobre o rumo da Revolução fizeram com que alas do movimento se encarregassem de determinados assuntos, assim coube a alguns o campo de batalha e a outros as tribunas da arena política.
Dessa forma, surgiram ações e documentos emblemáticos sobre a Revolução. O mais interessante diz respeito aos documentos terceiristas que afirmam que todas as classes tomaram parte do movimento contribuindo a sua maneira para o sucesso da operação. Ora, sabemos que a burguesia contraria as idéias de Somoza dificilmente não tomaria para si a liderança do movimento. Na prática não foi o que se observou. Tão pouco, tais documentos chegaram a circular entre a população.
Entretanto, o descontentamento contra a Guarda Nacional e o presidente Somoza continuavam a aumentar e os protestos varreram o país de ponta a ponta com uma organização invejável, fazendo com que os EUA, através de seu presidente Jimmy Carter, organizasse um comitê mediador, com integrantes da OEA entre as forças que se apresentavam para governar a Nicarágua.
Obviamente, tal reunião não atendeu seu propósito, à medida que os revoltosos da FSLN não seriam contemplados com a participação efetiva em um novo governo. Assim sendo, os enfrentamentos continuaram ao passo que uma profunda crise econômica e social tomava conta de todo o país. As condições de vida, mesmo nas grandes cidades, eram precárias e os programas sociais pouco ou nada contribuíram para amenizar. De tal forma, se observa ai que as insurreições urbanas eram oriundas dos bairros da classe operaria justamente as classes que mais sofriam com os ataques violentos de Somoza.
Contudo, mesmo contando com a influência americana (contraria a idéia de que a FSLN assumisse o poder). Somoza declararia que estava disposto a renunciar, mas que os EUA o apoiariam para retardar este acontecimento. Após essa declaração Somoza refugiou-se nos EUA e os revolucionários assumiram o controle do país ainda na década de 70. 


Paulo E. Ramos

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