sábado, dezembro 22, 2012

América - Latina. Os Anos Sombrios.

Os anos sombrios se caracterizam pelo período compreendido, principalmente, entre a Revolução Peruana de 1968 e a Nicaraguense de 1979, pois o contexto que se seguiu foi de um panorama autoritário, violento e sanguinário, em praticamente toda a América Latina. Enquanto que no cenário internacional as potencias mundiais convergiam para um melhor entendimento, demarcando sua área de ação, o “terceiro mundo” se fazia presente afirmando-se como um importante ator na medida em que seu território também se transformava em cenário desses enfrentamentos ideológicos, uma vez que o nacionalismo existente era grande e contribuía para que essas novas expressões políticas pudessem modificar o seu panorama nacional. Os anos de 1968 1969 marcam a criação da CECLA (Comissão Especial de Coordenação Latino-Americana) dentro da OEA. Era nada mais do que a vontade latino-americana de se fazer ouvir. Pois, através dessa comissão de vozes que denunciavam os EUA de impedir o desenvolvimento da região ficava mais evidente. Esse descontentamento era revelado sistematicamente pelos líderes de esquerda que aproveitaram o momento para realizar ações de cunho socialista, por exemplo: A Revolução Humanista no Peru que se concretizou ao apoiar reformas fundamentais como a agrária. Os governos revolucionários geralmente caracterizavam-se pela vontade de modificar a estrutura piramidal da sociedade e para isso não se cansavam em mobilizar os setores mais desfavorecidos das classes sociais. Tal ação foi comum em diferentes países da América Latina. O que os diferenciavam eram algumas peculiaridades regionais. No Peru, na Bolívia, na Nicarágua, no Chile, Argentina, Uruguai... todos sem exceção foram movidos pela vontade de fazer algo diferente, no entanto, devido às características de sua economia e principalmente de seu povo é que essa mudanças se tornavam algo mais traumático do que em outros lugares. Dessa forma, a América Latina entrou nos anos setenta com um modelo de desenvolvimento praticamente igual à de anos anteriores. A industrialização por substituição de importações trouxe certo crescimento, entretanto, trouxe também muitos desequilíbrios, principalmente, no campo social onde observamos um favorecimento às elites oligárquicas em detrimento das classes operarias, algo também visto no âmbito econômico. Se confrontarmos esses dados com o crescimento demográfico ocorrido, iremos perceber  que o número da pobreza aumentara consideravelmente. Como se percebe, esse modelo industrial, permitido pelos EUA à America Latina, era capaz de suprir o mercado interno basicamente de produtos dispensáveis a grande maioria da população, sendo necessário que as importações (em sua grande maioria estadunidense) continuassem em ritmo acelerado, manifestando um déficit crônico na balança comercial desses países. Diante dessas agitações, os movimentos sociais reagiram e foram repreendidos violentamente. Contudo, as manifestações não pararam e encontraram abrigo na classe operaria, nos movimentos estudantis e em diversos setores do núcleo urbano e rural. Tais movimentos entraram em efervescência uma vez que diferentes ditaduras instalaram-se em praticamente toda a latino-américa.

Paulo E. Ramos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário