sábado, dezembro 22, 2012

A Era do Populismo (1930 – 1950).

Este período tem início com alguns desdobramentos, ainda, das décadas anteriores, como por exemplo: a guerra do Chaco entre Bolívia e Paraguai. No entanto, as mudanças sociais e políticas que fervilhavam na Europa logo encontraram, nos acontecimentos sociais que envolviam os latino-americanos, idéias como o marxismo que era difundido em meio a uma classe trabalhadora desqualificada e, em sua maioria, analfabeta. Neste contexto o movimento sindical atinge seu apogeu e os tais comunistas, antes figurantes, tornaram-se protagonistas em meio a um cenário de fortes mudanças políticas. Tais mudanças, acredito, aconteciam devido a fatores externos e internos, onde nem sempre os interesses da nação e/ou do povo eram levados em consideração. O que prevalecia nesse período era a busca pelo poder por parte de pseudos lideres que diziam conter a fórmula secreta do desenvolvimento econômico e social. Curiosamente, esses mesmos líderes que se diziam democratas eram os primeiros a se mobilizarem contra os princípios da democracia. Nesse contexto apresenta-se a 2º Guerra Mundial (como fator externo) e a presença marxista e sindicalista (como fator interno), este último já há muito tempo em luta por melhores condições de vida do trabalhador. Todavia, não foi o que se apresentou. Pois, inúmeros sindicatos, inclusive os brasileiros, agiram e continuam a agir, mesmo nos dias de hoje, de acordo com “interesses maiores”. Isto porque, foram autorizados a se constituírem por meio de decreto governamental ou por ação política de algum Partido em especial. De qualquer forma, surge nesse contexto líderes políticos em diversos países da América Latina e com eles forma mascarada de agir; nascia o Populismo. Uma forma de manipular a nação com muitos discursos repletos de mudanças nas mais variadas áreas. Entretanto, sem ação alguma. O que se observa continuamente nessa forma de governo é a permanência da mesma classe oligárquica que costumeiramente reveza-se no poder. Antes de tudo, ao invés de reprimir tentava aliciar, com considerável sucesso, as classes populares aos seus regimes políticos; uma tática carregada de paternalismo e nacionalismo demagógico a fim de se evitar uma revolução. Países como Argentina e Brasil viveram cada um à sua forma, a maneira mais intensa de populismo, ora agravado diante da segunda grande guerra. Momento em que tiveram que optar pelas novas formas de modelo político/econômico adotadas pelos líderes mundiais que entravam em choque naquele momento. A América Latina e seus governos ditatoriais e/ou populistas se vêem assediados por economias rivais (Alemanha / EUA). Contudo, poucos países saem da guerra com algum proveito econômico, visto que, muitos cederam, apenas no fim do conflito, a pressão americana para ingressar no combate. Os aliados latino-americanos (com exceção do Brasil que enviou tropas e conseguiu algum recurso para ampliar e modernizar sua indústria), nada enviaram senão apoio moral, já que na prática, se pudessem, teriam lutado ao lado dos alemães, italianos e japoneses. Com o fim da guerra, tem-se a possibilidade de uma afirmação democrática nos países latinos, porém, com a economia pouco desenvolvida a corrida pela industrialização levou novamente esses países a se comprometerem com mudanças radicais e com isso novas lideranças surgiram ampliando e/ou dando uma nova cara à velha política populista para uma ditadura declarada.

Paulo E. Ramos.

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