Este período tem início com alguns desdobramentos, ainda, das décadas
anteriores, como por exemplo: a guerra do Chaco entre Bolívia e Paraguai. No
entanto, as mudanças sociais e políticas que fervilhavam na Europa logo
encontraram, nos acontecimentos sociais que envolviam os latino-americanos,
idéias como o marxismo que era difundido em meio a uma classe trabalhadora desqualificada
e, em sua maioria, analfabeta. Neste contexto o movimento sindical atinge seu apogeu e os tais
comunistas, antes figurantes, tornaram-se protagonistas em meio a um cenário de
fortes mudanças políticas. Tais mudanças, acredito, aconteciam devido a fatores
externos e internos, onde nem sempre os interesses da nação e/ou do povo eram
levados em consideração. O que prevalecia nesse período era a busca pelo poder
por parte de pseudos lideres que diziam conter a fórmula secreta do
desenvolvimento econômico e social. Curiosamente, esses mesmos líderes que se diziam democratas eram os
primeiros a se mobilizarem contra os princípios da democracia. Nesse contexto
apresenta-se a 2º Guerra Mundial (como fator externo) e a presença marxista e
sindicalista (como fator interno), este último já há muito tempo em luta por
melhores condições de vida do trabalhador. Todavia, não foi o que se apresentou. Pois, inúmeros sindicatos,
inclusive os brasileiros, agiram e continuam a agir, mesmo nos dias de hoje, de
acordo com “interesses maiores”. Isto porque, foram autorizados a se
constituírem por meio de decreto governamental ou por ação política de algum
Partido em especial. De qualquer forma, surge nesse contexto líderes políticos em diversos
países da América Latina e com eles forma mascarada de agir; nascia o
Populismo. Uma forma de manipular a nação com muitos discursos repletos de
mudanças nas mais variadas áreas. Entretanto, sem ação alguma. O que se observa continuamente nessa forma de governo é a permanência
da mesma classe oligárquica que costumeiramente reveza-se no poder. Antes de
tudo, ao invés de reprimir tentava aliciar, com considerável sucesso, as
classes populares aos seus regimes políticos; uma tática carregada de
paternalismo e nacionalismo demagógico a fim de se evitar uma revolução. Países como Argentina e Brasil viveram cada um à sua forma, a maneira
mais intensa de populismo, ora agravado diante da segunda grande guerra.
Momento em que tiveram que optar pelas novas formas de modelo
político/econômico adotadas pelos líderes mundiais que entravam em choque
naquele momento. A América Latina e seus governos ditatoriais e/ou populistas
se vêem assediados por economias rivais (Alemanha / EUA). Contudo, poucos países saem da guerra com algum proveito econômico,
visto que, muitos cederam, apenas no fim do conflito, a pressão americana para
ingressar no combate. Os aliados latino-americanos (com exceção do Brasil que
enviou tropas e conseguiu algum recurso para ampliar e modernizar sua
indústria), nada enviaram senão apoio moral, já que na prática, se pudessem,
teriam lutado ao lado dos alemães, italianos e japoneses. Com o fim da guerra, tem-se a possibilidade de uma afirmação
democrática nos países latinos, porém, com a economia pouco desenvolvida a
corrida pela industrialização levou novamente esses países a se comprometerem
com mudanças radicais e com isso novas lideranças surgiram ampliando e/ou dando
uma nova cara à velha política populista para uma ditadura declarada.
Paulo E. Ramos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário