O início da década
de 1920 se anunciava promissor para os EUA. No entanto, quando as mudanças
esperadas foram colocadas em prática pelo governo o que se pôde observar foi o
claro favorecimento às elites industriais e ao sistema bancário em detrimento
das políticas sociais que pouco ou nada ganharam durante essa década. Mesmo assim,
a economia americana ainda era capaz de provocar esperança no restante da
população que sonhava em compartilhar os novos padrões de consumo, lazer e
cultura. Quando o fim dessa década chegou trouxe também a maior crise econômica
da história do capitalismo mundial. O desemprego
e a miséria social atingiram a todos, mas em solo americano ela ganhou
características próprias, pois a severidade da crise anunciou a incapacidade do
governo em resolvê-la. Com o desemprego
atingindo índices alarmantes, os salários, por conseqüência, ficaram muito
abaixo do ideal. A disputa por uma vaga de trabalho fez renascer a intolerância
racial e religiosa. Os estrangeiros logo foram vistos como inimigos nessa guerra
que se anunciava.Pretos,
judeus, latinos, católicos e qualquer um que não se encaixasse no estilo de
vida americano receberam a culpa pela desgraça econômica que se abateu sobre
todos. Com isso, facções criminosas surgiram e/ou ressurgiram de um passado não
muito distante para livrar os brancos dos supostos problemas trazidos por esta
“gente inferior”.A grande
depressão provocada pela crise de 29 fez com que os EUA experimentassem o quão
amargo poderia ser a especulação selvagem que existia nas bolsas de valores,
assim como, no sistema bancário que não possuía regras para os seus
financiamentos. Entretanto, a crise serviu para que os novos projetos
relacionados à economia atendessem a reformas comprometidas na diversificação
da indústria e na regulamentação do sistema financeiro, bem como, nos projetos
sociais e de obras públicas. Este conjunto
de medidas ficou conhecido como New Deal e foi posto em prática algumas vezes
pelo presidente Roosevelt que tentava restaurar a confiança da economia
americana na população. As idéias de tais medidas consistiam em alguns acordos
entre: as classes empresariais, os trabalhadores e o governo. Estabeleciam
limites para os preços e salários ao mesmo tempo em que ofereciam subsídios
para a construção cível e em outras áreas, tudo para que se reduzisse o
desemprego. Apesar dos
esforços para controlar a miséria, as medidas adotadas pelo governo Roosevelt
não atingiram a todos. Negros, mulheres e latinos não foram favorecidos e
permaneceram à margem dos acontecimentos. Tais impactos provocados pela crise
chegaram a influenciar a indústria cultural que acabou relatando em suas obras
a vida durante a Depressão. Outros, ainda, afirmaram que a “ideologia de
liberdade e o sonho americano foram reconstituídos em forma radicais nesse
ambiente cultural”.
Paulo E. Ramos
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