sábado, dezembro 22, 2012

A Grande Depressão. Décadas da Discordância. 1920-1940.

O início da década de 1920 se anunciava promissor para os EUA. No entanto, quando as mudanças esperadas foram colocadas em prática pelo governo o que se pôde observar foi o claro favorecimento às elites industriais e ao sistema bancário em detrimento das políticas sociais que pouco ou nada ganharam durante essa década. Mesmo assim, a economia americana ainda era capaz de provocar esperança no restante da população que sonhava em compartilhar os novos padrões de consumo, lazer e cultura. Quando o fim dessa década chegou trouxe também a maior crise econômica da história do capitalismo mundial. O desemprego e a miséria social atingiram a todos, mas em solo americano ela ganhou características próprias, pois a severidade da crise anunciou a incapacidade do governo em resolvê-la.  Com o desemprego atingindo índices alarmantes, os salários, por conseqüência, ficaram muito abaixo do ideal. A disputa por uma vaga de trabalho fez renascer a intolerância racial e religiosa. Os estrangeiros logo foram vistos como inimigos nessa guerra que se anunciava.Pretos, judeus, latinos, católicos e qualquer um que não se encaixasse no estilo de vida americano receberam a culpa pela desgraça econômica que se abateu sobre todos. Com isso, facções criminosas surgiram e/ou ressurgiram de um passado não muito distante para livrar os brancos dos supostos problemas trazidos por esta “gente inferior”.A grande depressão provocada pela crise de 29 fez com que os EUA experimentassem o quão amargo poderia ser a especulação selvagem que existia nas bolsas de valores, assim como, no sistema bancário que não possuía regras para os seus financiamentos. Entretanto, a crise serviu para que os novos projetos relacionados à economia atendessem a reformas comprometidas na diversificação da indústria e na regulamentação do sistema financeiro, bem como, nos projetos sociais e de obras públicas. Este conjunto de medidas ficou conhecido como New Deal e foi posto em prática algumas vezes pelo presidente Roosevelt que tentava restaurar a confiança da economia americana na população. As idéias de tais medidas consistiam em alguns acordos entre: as classes empresariais, os trabalhadores e o governo. Estabeleciam limites para os preços e salários ao mesmo tempo em que ofereciam subsídios para a construção cível e em outras áreas, tudo para que se reduzisse o desemprego. Apesar dos esforços para controlar a miséria, as medidas adotadas pelo governo Roosevelt não atingiram a todos. Negros, mulheres e latinos não foram favorecidos e permaneceram à margem dos acontecimentos. Tais impactos provocados pela crise chegaram a influenciar a indústria cultural que acabou relatando em suas obras a vida durante a Depressão. Outros, ainda, afirmaram que a “ideologia de liberdade e o sonho americano foram reconstituídos em forma radicais nesse ambiente cultural”.

Paulo E. Ramos


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